Saturday, October 20, 2007
um ramo de rosas
naquela tarde de outono foi até à praia
o sol estava quente e maravilhoso
o céu e o mar confundindo-se num só azul
a maré estava baixa deixando a descoberto os rochedos
onde jazia um ramo de rosas vermelhas
sentou-se por ali perto deixando as ondas roçarem-lhe as pernas e os pés
suavemente
uma criança veio e pegou no ramo
a mãe de longe fez-lhe sinal para o largar
e a criança sem tino nem jeito atirou as rosas contra os rochedos
a maré começou a subir ondulante
Então deu-se conta que o ramo estava a desfazer-se
as rosas desfolhando-se a cada onda que as empurrava contra a rocha.
Pegou no que restava do ramo
e lançou-o com força mar adentro
o mais longe que lhe era possível
Sentou-se de novo a ler
Um bando de gaivotas apareceu de repente
rodopiando em torno de si
piando/grasnando com vivacidade
As rosas não tornaram à praia
permanecendo à tona da água
avistando-se lá ao longe
cumprindo o seu destino