Sol de Domingo

Na época em que a mulher era o gênero dominante, nos primeiros milhões de anos, não podia haver guerra porque os grupos,os clãs eram muito pequenos e não podiam guerrear uns contra os outros. Foi só quando o homem foi tomando das mãos da mulher o poder, que começou a guerra e a violência. E ele tomou das mulheres o poder, se revoltando, porque não sabia quem era o pai da criança...


- No tempo dos hominídeos, quando era o gênero feminino que era hegemônico porque os homens não sabiam quem era o pai da criança e achavam que as mulheres pariam dos deuses. Só há 20 mil anos atrás é que eles souberam qual era o ciclo de gestação, então souberam quem era o pai da criança.


JE - Ou seja, a violência começa em casa?


Rose - A violência contra os povos começa no seio materno. É a maneira de dar o seio, de alimentar meninos e meninas, de fazer os estereótipos, é a maneira de você bater na mulher e não no homem. É isso que faz uma sociedade hierarquizada e, portanto, privilegiada e, portanto, uma sociedade em que uma classe é inimiga da outra.


JE - Mulheres vêm ocupando postos importantes na sociedade, mas muitas assumem suas posições tendo por base procedimentos e ideologias machistas. É isso?


Rose - Sem dúvida. Elas usam o terninho, baixam o tom de voz, cortam o cabelo para parecer masculino... É uma primeira fase. Depois, vêem que isso não dá certo e começam a usar métodos femininos de administração. Nos EUA isso começou nos anos 80, em que as mulheres perceberam que seriam sempre machos castrados se fossem imitar os homens.


Então, elas resolverem trazer os métodos que usavam em casa, isto é, ouvir os empregados, delegar serviço, cuidar... daqui

Muito já se disse e escreveu sobre Rose Marie Muraro, desde os desafios que aprendeu a vencer, a partir das primeiras luzes - nasceu cega, proibida de ler, casar e ter filhos - até suas participações nas lutas políticas e sociais do país, seja como assistente de d. Hélder Câmara ou como líder feminista.
Rose continua activa, escrevendo livros e falando o que pensa. Para ela, se não mudarmos o modo de viver a vida em nosso planeta estará com os dias contados.

Acreditava que certos DONS que possuia lhe eram enviados pelo Universo, pelas fadas , pelos Anjos...nem sabia bem, mas era algo que a extrapolava, que crescia dentro dela mas vinha certamente do exterior , do Além...
Por vezes , via o que mais ninguém via, encontrava um caminho num sitio desconhecido, um documento importante que se havia extraviado, fazia milagres com os números quando trabalhava em engenharia financeira ou simplesmente trazia para casa aquelas flores que já ninguém quer no supermercado porque estão mortas de sede e de cansado, abandonadas nos escaparates e ela trazia-as para casa , cuidava-as , falava com elas e daí a dias estavam lindissimas , agradecidas, em todo o seu esplendor.
Naquela tarde, entrou no barzinho e pediu um café. Ficou em pé ao balcão , como era seu hábito. Aprouximou-se uma outra senhora e pediu uma água.
-Não, fresca não. Natural por causa da minha voz, que tenho de a tratar bem... - disse a outra.
- E tem uma voz muito bonita, tem de ter cuidado - disse eu, que já a ouvira cantar diversas vezes.
Ah! a minha voz é um dom. Não é minha , é Ele que me faz cantar assim. Sempre que vou cantar peço aos Anjos que me ajudem, peço-lhe a Ele que está em toda a parte , nas flores, na natureza , nas árvores, até nas rochas. Eu falo com as minhas plantas e elas ficam lindas, gosto de caminhar pela natureza e de abraçar uma árvore, uma rocha e de sentir as energias que delas emanam.
Também eu - retorqui-lhe. Quando estou muito cansada, abraço uma árvore, aplicando bem as palmas das mãos no tronco da árvore; deixo aquelas energias circularem por mim e agradeço à árvore o bem que me fez. Faço o mesmo com as minhas plantas . Elas agradecem...
Poderíamos ficar ali a tarde toda , mas cada uma seguiu à sua vida, que era dia de trabalho.