Thursday, January 29, 2009
caminhos da paz
Gandhi escreveu em sua autobiografia: "Ahimsa é um princípio amplo. Somos mortais indefesos, apanhados na conflagração do himsa". O simples fato de estar vivo - comer, beber, movimentar-se - envolve necessariamente algum tipo de dano a outro, ainda que imperceptível. Segundo Gandhi, o esforço de autocontrole e o sentimento da compaixão (para evitar, tanto quanto possível, a destruição da menor das criaturas) caracterizam a aplicação real do princípio (leia mais no quadro da página ao lado). De outro lado, o ahimsa não deve ser visto como um escudo para a covardia. Trata-se de uma poderosa reação de amor que dobra o agressor, paralisando-o pela conscientização de seu ato insano. É uma forma sutil e persistente de luta que não compactua, por omissão, com a injustiça e a força bruta.
Olhar para dentro
Basta um rápido olhar sobre os efeitos psicobiológicos da raiva - a força motriz da violência -, para que nos convençamos da necessidade do ahimsa (leia o quadro na página 49). A dificuldade está em adotá-lo como regra de conduta e em praticá-lo corretamente. "Nossos valores apontam na direção da notoriedade, da visibilidade, do consumo e do poder", diz Lia Diskin, diretora da Associação Palas Athena, em São Paulo. "E os mecanismos mais imediatos para atingir essas metas são a competição, a sedução e o individualismo, elementos que sempre geram algum tipo de violência, física ou simbólica."
Assim, o primeiro passo para o exercício do ahimsa é trabalhar o próprio ego, fonte da opressão que impomos a nós mesmos, isolando-nos dos outros. "Se olharmos para dentro será mais fácil perceber e compreender as causas da agressividade e da inquietação", diz Ravindra Varma, presidente da Gandhi Peace Foundation. A prática do ahimsa se consolida no pensamento, origem de toda palavra e ação, e se dissemina por meio de um esforço paciente de educação, apoiado mais na vivência que nos argumentos. É algo que nasce de pequenas ações individuais e cresce com a soma dessas ações, como na parábola a seguir.
Assim, o primeiro passo para o exercício do ahimsa é trabalhar o próprio ego, fonte da opressão que impomos a nós mesmos, isolando-nos dos outros. "Se olharmos para dentro será mais fácil perceber e compreender as causas da agressividade e da inquietação", diz Ravindra Varma, presidente da Gandhi Peace Foundation. A prática do ahimsa se consolida no pensamento, origem de toda palavra e ação, e se dissemina por meio de um esforço paciente de educação, apoiado mais na vivência que nos argumentos. É algo que nasce de pequenas ações individuais e cresce com a soma dessas ações, como na parábola a seguir.
Numa tarde de inverno europeu, um pardal encontra uma pomba silvestre e pergunta:
- Você sabe me dizer quanto pesa um floco de neve?
- Nada de nada - respondeu a ave.
- Nesse caso, vou lhe contar uma história maravilhosa - disse o pardal. - Eu estava sentado no ramo de um pinheiro quando começou a nevar. Era tudo tão lindo e, como eu não tinha nada melhor a fazer, passei a contar os flocos de neve que se acumulavam nos galhos e agulhas do meu ramo. Contei exatamente 3 741 952. Quando o floco número 3 741 953 pousou sobre o ramo - nada de nada, como você diz - o ramo se quebrou.
Dito isso, o pardal bateu asas em retirada. A pomba, porém, mergulhada em profunda reflexão, concluiu:
- Talvez esteja faltando uma única voz para trazer paz ao mundo. No dia-a-dia, o caminho é desenvolver a coragem e a nobreza dentro de nós, como você pode ler nos exemplos a seguir. mais...
Comments:
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Respirar profundamente e olhar para dentro de si própria é , acho eu, a melhor maneira de responder a uma agressividade.
Beijinhos verdinhos
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Beijinhos verdinhos
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