Monday, January 12, 2009
Ma vie...
Conhecera-o aqui, há tantos , tantos anos...quando fora passar férias com a irmã e os pais a Pedras Salgadas
Nas tardes de Verão, havia música na Casa de Chá. À noite havia baile no Casino. A mãe não as deixava ir sozinhas, que nessa época não era de bom tom. Ele lá estava , todas as noites. Ela também, no auge dos seus 16 anos. Dançavam juntos toda a noite. Por vezes encontravam-se à tarde na Casa de Chá
ou passeavam pelas alamedas do Parque...Depois, numa madrugada, ela partiu, as férias acabaram. Ele escreveu-lhe, dizendo-lhe que era oportuno darem inicio a algo mais e assim começaram a trocar cartas, as respostas dele por vezes a tardarem no tempo. Os anos foram passando, ele foi para Luanda cumprir serviço militar, ela continuava os estudos. Encontraram-se várias vezes em Lisboa, uma vez ela foi ter com ele ao Porto, não suportando tanta ausência.
Mais tarde , as cartas foram cessando, os telefones ficavam mudos, apesar de ainda hoje se recordar daquele 42159 que tanta vez marcara.
Um dia, escreveu-lhe a última carta.
Nunca recebeu qualquer resposta, qualquer sinal de vida.
Poderia tê-lo esquecido. Teve outros amores. Casou, mais tarde, muito mais tarde.
No entanto, em cada canto lhe surgiam noticias da terra dele, dos arredores, da neve , das estradas cortadas, das minas , das feiras de artesanato. Há tempos , cruzara-se com alguém que usava o mesmo perfume que ele. No outro dia, supôs tê-lo visto no Concerto.
Ficou na dúvida. Tal como tinha duvidas em relação a muitas outras coisas, tantas situações que não foram faladas nem esclarecidas.
Porque não lhe saía ele da ideia, porque enfrentava sempre aquelas noticias sobre Vila Pouca, porque se lembrava de certos pormenores?
Seria Kármico ? Seria ele a enviar-lhe alguma mensagem?
Seriam eles as tais almas gémeas que seguem caminhos paralelos sem se encontrarem. como alguém lhe dissera? Seria...?
Ma vie...que c'est long le chemin (Alain Barrière)
Comments:
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Há histórias assim...
Quem sabe se não é um sinal de que nesta ou noutra vida qualquer continuam o inacabado?
Aparece como uma matéria que não se pode esquecer...
Um bj
Quem sabe se não é um sinal de que nesta ou noutra vida qualquer continuam o inacabado?
Aparece como uma matéria que não se pode esquecer...
Um bj
No início da tua história, parecia que estava a ler a minha... só que a minha acabou bem : estamos casados há quase 35 anos ! No entanto 2400kms nos separavam depois de nos termos encontrado durante as férias.
Beijinhos verdinhos
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Beijinhos verdinhos
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